Black Friday: assine a partir de 1,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Cigarros eletrônicos são um perigo para a saúde bucal

Uso pode ser ainda mais problemático do que o de cigarros comuns. Especialista comenta os riscos para a região da boca e os dentes

Por Sandra Silva Marques, cirurgiã-dentista*
30 mar 2023, 19h03
foto de homem fumando em fundo escuro
Além de problemas respiratórios, cigarro eletrônico pode desencadear periodontite e lesões na boca.  (Foto: Koke Mayayo/ Unsplash/Divulgação)
Continua após publicidade

Consumido principalmente entre os jovens, o cigarro eletrônico, além de ter sua venda proibida, é um perigo anunciado e traz mais malefícios à saúde quando comparado aos cigarros comuns. Para se ter ideia, alguns podem chegar a ter 90 mg de nicotina, o equivalente a 4,5 maços de cigarros tradicionais.

Todo tipo de cigarro é nocivo ao organismo, mas o que começamos a ver é que a versão eletrônica envolve desafios extras, tanto do ponto de vista da saúde física como mental.

Especula-se, por exemplo, que a absorção de nicotina e outros componentes aconteça de forma ainda mais rápida, já que ocorre na mucosa da boca.

À nicotina do cigarro convencional costuma ser adicionada amônia, permitindo ele seja mais “palatável”. Já no eletrônico, além da amônia, há a inserção de ácido benzoico. Tudo isso tende a aumentar a sensação de prazer do fumante e, consequentemente, causar maior dependência.

Nesse contexto, a nicotina não só chega mais rápido ao cérebro como se estimula a maior formação, entre os neurônios, de receptores nicotínicos. Chamamos isso de up regulation, um dos processos fisiológicos ligados ao vício.

Continua após a publicidade

+ LEIA TAMBÉM: Quase metade da população mundial tem problemas na boca

Como cirurgiã-dentista, meu papel de alertar sobre os riscos do vaper vai além. Isso porque o cigarro eletrônico também ameaça a saúde bucal.

Já existem indícios de que seu uso contribua para a periodontite e lesões que podem evoluir para um câncer. Acredita-se que, num futuro próximo, teremos mais ocorrências dessas doenças em função da popularização desses produtos.

Portanto, nós, dentistas, precisamos estar preparados para orientar e atender pacientes que fazem uso do cigarro eletrônico na rede pública e no consultório particular.

Continua após a publicidade

Apesar da existência de políticas públicas no Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), sabemos que o índice de jovens que fumam cigarros eletrônicos é preocupante.

O relatório do Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia) aponta que 1 em cada 5 brasileiros de 18 a 24 anos faz uso deles. O hábito é mais comum entre homens e tem, no Centro-Oeste, a região com o maior percentual de usuários.

Segundo uma revisão sistemática publicada no periódico Oral Surgery, Oral Medicine and Oral Radiology, que avaliou o perfil de usuários de cigarros eletrônicos no mundo, identificou-se que, entre as 1 238 392 de pessoas contempladas, mais de 132 mil usavam cigarro eletrônico (destes, 30,86% são homens, 26,26% são mulheres e 33,6% são fumantes ativos).

Continua após a publicidade

Os autores dizem que o cigarro eletrônico está associado a diversos problemas respiratórios e já se sabe que pode causar mutações no DNA de células humanas.

+ LEIA TAMBÉM: A ameaça da periodontite

Vale ressaltar que o cigarro eletrônico não faz mal somente a quem está fumando, mas aos fumantes passivos, aqueles que estão presentes no mesmo ambiente em que o usuário dos dispositivos eletrônicos. No longo prazo, os fumantes passivos podem desenvolver as mesmas doenças que os fumantes ativos.

É importante reforçar, ainda, que, para a saúde bucal, o uso de cigarros eletrônicos pode provocar perda dentária, câncer bucal, xerostomia e modificar a microbiota da boca. E isso de forma mais rápida do que o cigarro convencional.

Continua após a publicidade

Como profissionais de saúde e sociedade civil, precisamos ampliar a disseminação de informações sobre os malefícios desses produtos e cobrar a fiscalização desse mercado. Ele cresceu após a pandemia, e não podemos assistir a isso de braços cruzados.

Compartilhe essa matéria via:

* Sandra Silva Marques é cirurgiã-dentista e presidente da Comissão Temática de Políticas Públicas do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.