Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Câncer de pênis deixa homem refém do seu próprio desconhecimento

Especialista defende que, além da próstata, homem precisa conhecer e cuidar melhor do seu pênis. Tumores ali ainda são comuns em certas regiões do Brasil

Por Andrey Soares, oncologista*
Atualizado em 8 dez 2020, 14h57 - Publicado em 23 nov 2020, 09h19
câncer de pênis
Doença é mais prevalente nas regiões Norte e Nordeste do país. Mas tem como prevenir! (Ilustração: Veridiana Scarpelli/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Novembro marca o mês de alerta para o câncer de próstata, o mais frequente entre os homens (atrás apenas dos tumores de pele não melanoma). E, já que o período gira em torno do autocuidado masculino, precisamos lembrar que a atenção não deve ficar restrita aos problemas nessa glândula. Um dos tumores malignos que mais têm gerado preocupação na comunidade médica é aquele que ataca o pênis.

Ainda que tenha baixa prevalência no geral, correspondendo a cerca de 2% de todos os casos de câncer, a doença possui uma das maiores incidências no mundo nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que todos os anos esse tumor é responsável por cerca de mil amputações de pênis. O diagnóstico tardio é o principal vilão que leva a esses números alarmantes ligados ao procedimento mais radical para combater a doença e salvar o paciente.

Levando em conta os principais fatores de risco para o câncer de pênis, a boa notícia é que medidas simples podem prevenir e frear sua incidência. A primeira parece óbvia, mas não é: a higiene adequada do órgão. Leia-se: limpar com a devida atenção o pênis no banho. A má higiene tem relação direta com o aparecimento da doença.

Outro perigo é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, geralmente contraído na relação sexual. Esse vírus representa uma epidemia global. Está presente em 54,6% da população brasileira entre 16 e 25 anos. E, além de verrugas, pode favorecer o aparecimento de lesões cancerosas no órgão genital masculino.

Sabemos também que o tabagismo, que contribui para diversos tumores, é fator de risco para o câncer de pênis. É a soma dessas situações que está no centro do aumento no número de casos, especialmente em países economicamente menos desenvolvidos.

Continua após a publicidade

A chave para resolver a equação é conscientizar os homens sobre a importância da limpeza diária do pênis, do uso da camisinha, da vacinação contra o HPV e da cessação do tabagismo. Sim, precisamos educar mais a população. Essa resposta, tão direta e objetiva, demanda, contudo, um esforço que envolve desde aumentar acesso a saneamento básico até ampliar a imunização contra um vírus transmissível sexualmente.

Precisamos de uma injeção de estímulo para que a nova geração entenda que fazer sexo seguro e não fumar, por exemplo, é decisivo para o seu bem-estar — hoje e lá na frente. E, para tanto, temos de exigir que as políticas públicas garantam que essa mensagem e o acesso aos recursos cheguem da devida forma aos públicos envolvidos nesse contexto.

A teoria certamente é mais simples que a prática, mas um dos caminhos a serem trilhados pode partir de nós, médicos, por meio de iniciativas de incentivo como a promoção de conversas ao longo de todo o ano para uma abordagem mais ampla da saúde do homem e um olhar sem tabus para os tipos de câncer que afetam essa parcela da população.

* Andrey Soares é oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas e diretor científico do Latin American Cooperative Oncology Group-Genitourinary (LACOG-GU)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.