O câncer de mama é uma preocupação constante em nossa sociedade, e com razão. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil.
Enfrentar essa realidade exige uma abordagem abrangente e, principalmente, a busca por soluções inovadoras para a prevenção e o diagnóstico precoce. É sob essa ótica que vale destacar a importância da tomossíntese digital mamária 3D, ou mamografia 3D.
A mamografia tradicional, sem dúvida, tem sido um pilar na prevenção do câncer de mama, contribuindo significativamente para a redução da mortalidade associada à doença.
No entanto, é importante salientar que novas tecnologias e abordagens têm chegado ao setor de diagnóstico por imagem, como a tomossíntese digital mamária.
Usando tecnologia de ponta, ela produz imagens tridimensionais da mama, permitindo uma visualização em camadas. Isso é fundamental para detectar lesões pequenas e identificar anormalidades em mulheres com tecido mamário denso, reduzindo as taxas de falsos positivos e falsos negativos.
Estudos demonstraram que a tecnologia pode aumentar a taxa de detecção dos tumores nos seios em até 30% em comparação à mamografia convencional.
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Em um momento em que a saúde pública é uma preocupação constante, é encorajador saber que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu uma consulta pública para incorporar a tomossíntese digital mamária 3D no rol de procedimentos e exames a serem cobertos pelos planos de saúde.
Essa incorporação, que recebeu inúmeras manifestações de apoio – incluindo o posicionamento do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) – ainda está em discussão, mas deve ser vista com seriedade, pois é um impulsionador para fazer com que a tecnologia esteja ao alcance das mulheres brasileiras que possuem planos de saúde.
Não podemos subestimar a importância do sistema de saúde suplementar em nosso país. De acordo com a ANS, o número de beneficiários de planos de saúde no Brasil está em crescimento e atingiu 50,5 milhões no final de 2022, o maior número desde dezembro de 2014.
Este é um tema de extrema relevância para a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), cujos associados são responsáveis pela realização de 65% do volume total de exames da saúde suplementar no Brasil.
Acreditamos que a inclusão da tomossíntese digital mamária 3D no rol da ANS é um passo importante para o aumento do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Atuando em prol da saúde dos pacientes, sempre envolvidos em consultas públicas e debates com órgãos regulatórios e entidades de saúde, fornecendo dados e argumentos sobre a inclusão de novos exames no rol da ANS.
Trabalhamos em estreita colaboração com o governo, a comunidade médica e outras instituições, reforçando nosso compromisso de garantir aos nossos pacientes a melhor assistência diagnóstica possível, com qualidade, rapidez e eficiência.
*Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e Marcos Queiroz, líder do comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed