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Câncer de mama: a inteligência artificial impulsiona avanços

Tecnologias podem dar apoio ao diagnóstico precoce e à decisão sobre tratamentos mais assertivos

Por Daniel Morel, oncologista*
Atualizado em 25 out 2023, 20h26 - Publicado em 9 out 2023, 12h59
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  • De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre 2023 e 2025, aproximadamente 73.610 brasileiras receberão o diagnóstico de câncer de mama.

    É a condição oncológica mais frequente no público feminino, cenário que se reflete globalmente e merece atenção e ação imediata. Ela corresponde a 11,7% do total de casos de câncer no mundo, com cerca de 2,3 milhões de novos diagnósticos apenas em 2020.

    Para combater essa alarmante estatística e oferecer esperança às pacientes, é imperativa a realização de exames de rastreio e consultas de rotina, visando o diagnóstico precoce, que aumenta as chances de cura.

    No Outubro Rosa, a mobilização da sociedade é notável, com entidades médicas, mídia, organizações não governamentais (ONGs) e outros atores promovendo campanhas de conscientização, mutirões de mamografias e diversas iniciativas.

    Além desse esforço conjunto, a área da saúde tem testemunhado um avanço no uso de tecnologias modernas para enfrentar o câncer de mama.

    + Leia também: Outro olhar para o câncer de mama

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    A inteligência artificial e o câncer de mama

    A inteligência artificial (IA), por exemplo, tem auxiliado médicos no diagnóstico preciso e pode apoiar a escolha de tratamentos mais assertivos.

    Em estudos, ela tem se mostrado uma aliada valiosa na detecção de nódulos mamários suspeitos, contribuindo para o diagnóstico precoce e, consequentemente, para a melhoria das perspectivas de tratamento e sobrevida das pacientes.

    Na verdade, alguns modelos de inteligência artificial têm se mostrado tão eficazes quanto radiologistas treinados na avaliação de mamografias.

    Em um trabalho publicado em junho de 2023 no periódico Radiology, da Sociedade Americana de Radiologia, cientistas compararam o uso de algoritmos de IA com modelos usados pelo médico para prever o desenvolvimento de câncer de mama.

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    Este trabalho avaliou mamografias negativas do ano de 2016, de uma amostra de 13.628 pacientes. Depois, foram adicionados ao cálculo mais 4.584 exames de pacientes que receberam o diagnóstico de câncer em até 5 anos depois do exame original de 2016.

    O algoritmo de IA previu melhor o risco de câncer do que os modelos clínicos. A conclusão foi a de que combinar a tecnologia e os métodos tradicionais facilita o diagnóstico precoce. 

    Além dos avanços tecnológicos, a aprovação e disponibilidade de novos tratamentos e métodos proporciona maiores chances de cura e controle do câncer de mama.

    No entanto, persistem desafios importantes, como a necessidade de ampliar o acesso a esses avanços.

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    É fundamental também investir na educação da classe médica para promover a aceitação e a adoção de tecnologias, como a telessaúde e dispositivos de telepropedêutica, bem como o uso de modelos de inteligência artificial.

    A disseminação dessas práticas contribuirá para melhorar o atendimento e a qualidade de vida das pacientes.

    À medida que a tecnologia na saúde avança, a perspectiva de diagnósticos iniciais e de um tratamento com foco na cura torna-se cada vez mais promissora.

    O combate ao câncer de mama requer uma abordagem multidisciplinar, na qual a ciência, a tecnologia e a conscientização se unam na luta contra essa doença devastadora.

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    Não podemos esquecer a importância das campanhas de conscientização, não apenas para o câncer de mama, mas também para outros tipos de câncer.

    *Dr. Daniel Morel é oncologista e diretor médico da Tuinda Care, Healthtech que tem como objetivo promover acesso médico especializado remotamente

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