Black Friday: assine a partir de 1,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Acolher em vez de reprimir: como garantir a saúde emocional das crianças

A relação entre os pequenos e seus cuidadores é decisiva para o desenvolvimento emocional na infância e a proteção contra doenças mentais no futuro

Por Maya Eigenmann, pedagoga*
9 out 2022, 09h58
inteligência emocional
Educar as crianças com foco no acolhimento favorece seu desenvolvimento emocional. (Foto: Eye for Ebony/Unsplash/Divulgação)
Continua após publicidade

Acabamos de passar pelo Setembro Amarelo, mês dedicado a falar e aprender mais sobre saúde mental. Isso se faz mesmo necessário, já que os índices de doenças mentais têm aumentado consideravelmente – e isso entre todas as faixas etárias, incluindo as crianças. Por esses motivos, o assunto merece destaque o ano inteiro.

Talvez você já tenha ouvido falar sobre projetos de inteligência emocional nas escolas ou sobre livros que abordam a temática dos sentimentos, cuja intenção é familiarizar meninos e meninas com o universo emocional. O que é pouco propagado, infelizmente, é que o maior fator protetivo da saúde emocional das crianças (e, com isso, dos futuros cidadãos) é a qualidade da relação entre elas e seus adultos cuidadores.

Os projetos escolares sobre inteligência emocional e os livros sobre sentimentos podem até servir de apoio, mas jamais conseguirão substituir o aprendizado emocional que a criança tem na interação com quem cuida dela.

Nesse sentido, há décadas, se não séculos, é repassada a informação de que uma criança precisa ser reprimida ao expressar raiva. Também aprendemos que ela deve controlar o choro e, quando isso não acontece, o ideal é isolá-la ou até castigá-la.

Quantos de nós, aliás, não crescemos ouvindo coisas como: “engole o choro” e “vou te dar motivo para chorar de verdade”? Essas frases e a noção generalizada (e errada) de que crianças devam suprimir seus sentimentos são exatamente o pano de fundo para o desenvolvimento de futuros problemas mentais.

Continua após a publicidade

BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

DISTRIBUÍDO POR

Consulte remédios com os melhores preços

Favor usar palavras com mais de dois caracteres
DISTRIBUÍDO POR

O início da doença mental

A ciência é clara: não existe uma genética específica para depressão, ansiedade ou crises de pânico. O que existe é uma predisposição a uma sensibilidade maior que pode, ou não, culminar em uma doença mental – dependendo, principalmente, do meio no qual a criança nasce e cresce. A chamada epigenética vem confirmando isso cada vez mais nos últimos 10 anos.

Se desejamos que as crianças se tornem adultos com saúde emocional, então precisamos cuidar da relação que construímos com elas no presente. E vale lembrar que ter saúde emocional não significa não se abalar por nada, e sim ter um prazo de recomposição menor, assim como uma janela de tolerância maior às frustrações.

Continua após a publicidade

Acredita-se, erroneamente, que é preciso sofrer na infância para se tornar resiliente. Mas as pesquisas sobre relacionamentos seguros entre crianças e seus adultos cuidadores, que remontam à década de 50 do século passado, mostram que esse claramente não é o caso.

Pelo contrário: quando a criança cresce com a certeza de que existe um adulto que está sempre (ou quase sempre) disponível para acolher e validar seus sentimentos, mais saudável ela se torna emocionalmente.

É justamente nesse processo repetitivo de frustração seguida de acolhimento que a criança aprende o seguinte: “eu não estou sozinha para lidar com isso, então não preciso me desesperar”.

Continua após a publicidade
Use a caixa de busca ou clique no índice para encontrar o verbete desejado:

E conforme seu cérebro amadurece e começa a desenvolver as áreas responsáveis pela habilidade de se regular emocionalmente (no caso, o córtex pré-frontal), a criança vai internalizando essa segurança emocional e desenvolvendo autonomia para lidar com seus sentimentos.

Ou seja: não é forçando a criança a engolir o choro que ela se tornará resiliente. A resiliência se fortalece justamente quando se permite que esse choro flua e há o acolhimento do adulto cuidador, que serve de amortecedor emocional.

Continua após a publicidade

Então, se você deseja que a sua criança se torne um adulto emocionalmente saudável, o recado é: acolha-a, valide seus sentimentos, esteja disponível independente das sensações que ela manifestar e, acima de tudo, respeite todas as suas manifestações emocionais.

Permita que a criança demonstre seus sentimentos de forma autêntica e, assim, ela não precisará desenvolver mecanismos de sobrevivência para reprimir as emoções. Porque, em algum momento, tudo que é reprimido volta à superfície.

*Maya Eigenmann é pedagoga, educadora parental, palestrante, pós-graduanda em neurociências e autora do livro “A raiva não educa. A calma educa”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.