De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil viveu um momento histórico entre os anos de 1940 e 2019.
Durante esse período, a expectativa de vida no país cresceu 31,1 anos, passando de 45,5 anos, em 1945, para 76,6 anos, em 2019.
Também chamada de esperança de vida, a expectativa de vida diz respeito a uma estimativa de tempo que se espera que uma população viva. O número vinha crescendo nas últimas décadas, mas esse movimento foi interrompido devido a algo que mudou a vida de todos nós: a pandemia do coronavírus.
No início de março deste ano, o Brasil atingiu a lamentável marca de 650 mil mortos em decorrência da Covid-19. Como sabemos, o grupo dos idosos foi um dos mais atingidos. Somente entre pessoas com 90 anos ou mais, registramos mais de 43 mil óbitos, segundo dados disponíveis no portal da Transparência.
A pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea), relatou que o aumento da mortalidade causado pela pandemia tem, como consequência, uma forte redução da expectativa de vida.
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Em 2019, um brasileiro tinha a expectativa de viver, em média, até os 76,6 anos. Atualmente, a estimativa é de chegar aos 72,2 anos. Trata-se de uma queda de 4,4 anos, o que deve desacelerar o crescimento da população.
Se antes a queda da natalidade era uma das variáveis mais importantes no envelhecimento populacional, com a pandemia o cenário mudou: a mortalidade passou a ter maior destaque.
O resultado, ao se analisar os dados, é que, além de menos pessoas nascerem (a fecundidade vem caindo no Brasil nos últimos anos), tivemos mais mortes (inclusive maternas, o que aumenta a mortalidade de bebês).
De acordo com a pesquisadora, entre os anos de 1980 e 2019 o brasileiro ganhou quatro meses por ano de expectativa de vida. Já entre 2019 e 2021, foram perdidos quatro meses por mês.
No entanto, se não fosse a vacinação, os números poderiam ser piores. Um estudo de 2021 da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) mostra que, com o avanço da imunização, foram salvas mais de 40 mil vidas de pessoas maiores de 60 anos em um intervalo de 14 semanas.
Isso traz otimismo e nos permite compreender melhor como o país está progredindo em relação à longevidade.
Precisamos ser resilientes e seguir enfrentando a pandemia.
Hoje, estamos mais preparados para enfrentar o coronavírus, mas sabemos que os cuidados ainda são necessários. Zelar pela saúde nunca foi tão importante.
É possível chegar bem, mas temos de nos preparar para isso com hábitos saudáveis, imunização e informação!