O aumento de casos da variante Delta do coronavírus no Brasil fez ressurgirem dúvidas e medos sobre os meios de transmissão. Uma leitora nos perguntou, via Instagram, se o vírus pode permanecer em celulares.
Independentemente da cepa, o uso correto de máscaras, o distanciamento social e a vacinação ainda são as atitudes mais importantes em termos de prevenção. Já o contágio pelo toque em superfícies contaminadas se mantém mais raro.
Assim como o coronavírus original, as mutações também estão mais presentes no ar e, na maioria das vezes, chegam ao organismo por meio dos aerossóis – ou seja, as partículas que ficam suspensas depois que alguém tosse, espirra ou fala.
Em 2020, quando ainda se temia o toque em superfícies contaminadas, um estudo divulgado pela agência científica nacional da Austrália (CSIRO) e publicado no Virology Journal informava que o coronavírus podia permanecer em celulares, notas de dinheiro e peças de aço inoxidável por até 28 dias. O trabalho, no entanto, foi feito com esses materiais mantidos a 20 °C, em um ambiente laboratorial controlado.
“Em termos numéricos, é muito mais frequente a transmissão aérea do que pelo contato”, reforça Wladimir Queiroz, consultor da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI).
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No caso do celular, sabe-se que o aparelho não higienizado fica repleto de micro-organismos, mas a prioridade é lavar bem as mãos antes e depois de utilizá-lo. “Adquirimos esse hábito de limpeza, e ele deve ficar para sempre”, comenta o médico. Afinal, o problema está em tocar a superfície contaminada e, depois, os olhos, o nariz ou a boca. O raciocínio é o mesmo para maçanetas, corrimãos e outras superfícies.
De qualquer maneira, Queiroz lembra que é possível limpar o celular com álcool isopropílico, o mesmo que é indicado para lentes de óculos e máquinas fotográficas. “O álcool 70 líquido também dá bom resultado”, diz.
E as compras de supermercado?
Os itens que mais ficam expostos são aqueles encontrados nas prateleiras de mercados, apesar de o uso obrigatório de máscaras nesse ambiente reduzir significativamente o risco de transmissão.
Mesmo nesse caso, vale mais a pena lembrar da limpeza das mãos do que tentar higienizar cada produto. “Não adianta a pessoa borrifar álcool nas embalagens e tocar o rosto na sequência. Isso é muito mais arriscado”, alerta o imunologista.