Black Friday: assine a partir de 1,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Precisamos educar as emoções para a vida em sociedade na pandemia

Psicóloga explica como a educação socioemocional pode ajudar crianças, adolescentes e adultos a enfrentarem melhor os desafios impostos pela Covid-19

Por Camila Cury, psicóloga*
Atualizado em 24 jun 2021, 10h41 - Publicado em 23 jun 2021, 10h06
foto de mãe dando a mão ao filho
Educação socioemocional pode envolver a família e trabalhar resiliência e empatia. (Foto: GI/Getty Images)
Continua após publicidade

Em 2009, cerca de um em cada quatro brasileiros passava mais de três horas por dia diante de telas – celulares, computadores e TVs. Em 2019, essa proporção disparou para quase dois em cada três pessoas (62%), segundo dados da Vigitel, pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde a partir de entrevistas por telefone.

Outro levantamento de 2019, este da Unicef (Fundo da ONU para a Infância), indica que um em cada três jovens no mundo é vítima de bullying online. E um terceiro estudo, conduzido pela plataforma digital de serviços de psicologia Vittude, em cima de dados referentes ao período de 2016 a 2019, revelou que 86% dos brasileiros sofrem de algum transtorno mental.

Todas essas pesquisas evidenciam a necessidade de fortalecer habilidades e competências socioemocionais. Ainda mais em tempos de pandemia, quando as pessoas precisam ficar mais distantes ou mesmo isoladas. Essa reclusão tem custos e impacta sobretudo a capacidade de os indivíduos se relacionarem e exercitarem empatia. Isso é algo mais crítico para crianças e jovens, que estão justamente desenvolvendo essas competências.

A relevância do tema já estava em pauta antes mesmo da Covid-19: o Fórum Econômico Mundial considerou, ainda em 2016, que a inteligência emocional seria uma das dez habilidades mais importantes para o futuro. No ano seguinte, o Ministério da Educação brasileiro passou a determinar que as escolas trabalhassem de forma direta com o desenvolvimento socioemocional dos alunos. Por um infeliz acaso, a pandemia chegou no momento em que as instituições começavam a aderir à determinação do governo.

A crise da Covid-19 nos fez ficar cara a cara com nossas fragilidades e nos lançou em uma nova realidade. O isolamento social, embora tenha unido fisicamente muitas famílias, nem sempre as tornou unidas do ponto de vista emocional. Pais e professores, no entanto, conseguiram compreender melhor conflitos e medos de seus filhos e alunos por meio da educação socioemocional. Como?

Continua após a publicidade

Muitos adultos aproveitaram a oportunidade para conquistar a atenção e a emoção de crianças e adolescentes. Isso é feito, por exemplo, sabendo dosar as críticas e reclamações. Falar que “você é muito bagunceiro” ou “você nunca me ouve” estampa rótulos e imagens registrados no cérebro dos mais jovens, que passam a se enxergar dessa forma. Sim, precisamos ter essa noção em mente ao educar nossos filhos. Além disso, brincadeiras, histórias e o compartilhamento de alegrias e dores podem ser os blocos de montagem de um vínculo familiar mais saudável e inteligente.

A pandemia evidenciou aquilo que, na Escola da Inteligência, trabalhamos há mais de dez anos: o ensino socioemocional deve ocorrer como forma de promoção e de prevenção. Esse é o caminho não só para que se possa reconhecer e nomear emoções, mas também para aprender a lidar com as adversidades da vida e as incertezas que surgem. Saber gerenciar os pensamentos negativos e os comportamentos não saudáveis é essencial para que não nos tornemos reféns dos nossos problemas.

Habilidades como autoconhecimento, empatia e resiliência preparam nossas crianças e jovens para enfrentar o mundo. A educação socioemocional não vai impedir que a vida e o planeta nos afetem, mas vai mudar a forma como esse impacto é absorvido e assimilado. Assim, escolas e famílias precisam correr contra o tempo, tanto para garantir um preparo emocional para os mais novos quanto para si mesmos. Quando agimos com coerência entre o que pregamos, falamos e fazemos, fica muito mais fácil educar crianças, jovens e adultos emocionalmente inteligentes.

* Camila Cury é psicóloga, especialista em comportamento humano e fundadora da Escola da Inteligência, programa de educação socioemocional aplicado em mais de mil escolas no Brasil

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.