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O dilema das redes na saúde… e na pandemia

Criador de startup reflete sobre as mudanças e os ganhos trazidos pela tecnologia a partir da Covid-19

Por Rodrigo do Val, CEO do Neurohub*
7 dez 2020, 10h23
tecnologia saúde
Demanda por aplicativos de saúde e consultas online cresce com a pandemia. (Foto: Alex Silva/A2 Estúdio)
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“Sai do computador! Vai ler! Jogar bola! Brincar lá fora!”. Estas eram reclamações comuns de pais nos anos 2000 e 2010, preocupados que seus filhos estivessem desperdiçando sua juventude ao passar o dia todo conectado à internet. Ao entrar na década de 2020, em meio a uma pandemia, é possível observar que a imersão na realidade virtual não é mais um fenômeno exclusivo aos jovens, se estendendo a nós, adultos, que cada vez mais utilizamos a tecnologia para facilitar o dia a dia.

Muito se discute, no que diz respeito a internet, seus malefícios e benefícios. Documentários (como Dilema das Redes, da Netflix), podcasts, artigos e estudos levantam pontos e contrapontos de seu uso, refletindo sobre temas como o impacto na saúde mental, na autoimagem e na regulamentação do trabalho. Há, porém, uma abordagem que merece ser analisada com uma lupa nos tempos atuais: a simbiose entre tecnologia e saúde. Esse casamento não é recente, mas, em tempos de coronavírus, se mostra fundamental para a sobrevivência da espécie.

Ao ser um recurso que possibilita, através de aparatos tecnológicos, realização de consultas, leitura de exames, monitoramento e até cirurgias à distância, a telemedicina se provou essencial em meio à Covid-19, num cenário em que as pessoas temiam o contágio ao visitar hospitais e consultórios médicos. A modalidade estava presente em muitos países desde os anos 1990, mas, no Brasil, era um recurso limitado, exigindo, até então, que ao menos um profissional estivesse presencialmente com o paciente.

Quando a telemedicina ascendeu, há mais de 25 anos, a realidade era muito diferente. Para começo de conversa, não possuíamos acesso a equipamentos eletrônicos tão modernos e eficientes para a comunicação sem ruídos. Éramos uma sociedade em meio ao processo de globalização, ainda não havíamos completado a transição do nosso ser real para o virtual. Os celulares eram tijolos, Dança Com Lobos ganhava o Oscar de melhor filme e a Guerra Fria chegava ao fim. Agora estamos em um momento que não só permite, mas requer o uso da tecnologia como aliada na medicina.

As preocupações anteriores com o uso da telemedicina parecem ter sido superadas em vista da necessidade urgente de sua aplicação. Até o começo do ano, se debatia, dentro da comunidade científica, se a medicina virtual acarretaria um atendimento menos humanizado, se sucatearia a saúde e se a qualidade das consultas cairia. Todavia, a argumentação de que, além de quebrar barreiras de deslocamento e aniquilar o risco de contágio, a telemedicina implicaria maior democratização da saúde parece ter ganhado por ora.

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Foi somente com o início da pandemia, em março deste ano, que o uso direto da telemedicina foi aprovado no país, demonstrando que, desde o começo, a quarentena intensificou a relação da humanidade com a tecnologia, acelerando um processo que já estava em curso. Daqui a alguns anos, quando sociólogos e outros estudiosos analisarem o quadro geral de 2020, hão de apontar que foi o ano em que todos fomos sugados para dentro da rede de diversas formas, tanto pessoais quanto profissionais.

Não é só a telemedicina, porém, que ganha espaço em meio a esse contexto. Surgem cada vez mais healthtechs buscando lugar num mercado que parece favorável a aplicativos e outras soluções virtuais. A pandemia, inclusive, angariou novos investimentos na área.

Além disso, devemos ter em mente que somos uma sociedade marcada por desigualdades, na qual 90% das clínicas de exame são particulares. É papel das iniciativas tentar preencher esse vácuo de auxílio à população brasileira desfavorecida, utilizando, para isso, aparatos tecnológicos que permitam que a saúde chegue a locais antes não alcançados.

* Rodrigo do Val é advogado e criador do aplicativo Neurohub, que auxilia pacientes, médicos, cuidadores e família a administrar tratamentos neurológicos

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