Black Friday: assine a partir de 1,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

O que está por trás do mau hálito?

Origem do problema pode ser multifatorial. E nem sempre a escovação e o uso de enxaguantes são o suficiente para eliminá-lo

Por Bruna Conde, cirurgiã-dentista*
Atualizado em 8 Maio 2023, 18h58 - Publicado em 5 nov 2021, 14h25
como tratar a halitose
Nove em cada dez casos de halitose se devem a problemas na cavidade bucal.  (Ilustração: Pedro Hamdan/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

A halitose, popularmente conhecida como mau hálito, acomete cerca de 40% da população, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Falamos de uma situação que, mesmo com escovação, enxaguantes bucais, chicletes ou balas, resiste a ir embora. E que compromete bastante a vida de quem sofre com ela, provocando timidez, vergonha, problemas de relacionamento, entre outros desequilíbrios emocionais.

A grande questão que envolve o mau hálito crônico é que ele não só não some como pode piorar se não for tratado corretamente. Sua origem é multifatorial e, em 90% dos casos, está na cavidade bucal. Entre os motivos, estão a má higienização dos dentes (ou de próteses e implantes), gengivite e periodontite, cáries já instaladas, baixa ingestão de água e produção de saliva etc.

Sabemos que dietas restritivas e o uso de alguns medicamentos (caso dos anticoncepcionais) podem deixar o hálito com um cheiro de acetona entre algumas pessoas, assim como há relatos de alterações no período da menstruação, devido às oscilações hormonais.

Há também o bafo relacionado à alimentação, que pode ser temporário e ocorrer após a ingestão de algumas comidas e temperos, como alho e cebola. Quem fica mais de quatro horas em jejum também tende a sentir um odor diferente saindo da boca. E pessoas que bebem pouca água e estão com baixa produção de saliva costumam ter maior formação de saburra, aquela placa esbranquiçada na língua que leva ao mau hálito.

+ LEIA TAMBÉM: O que é gengivite? Saiba como prevenir e tratar

Há, ainda, uma situação mais incomum, a pseudohalitose. Aqui, a pessoa afirma ter mau hálito, mas isso não é detectado em testes. Uma espécie de ilusão psicológica.

Continua após a publicidade

Ao redor de 9% dos casos de halitose estão associados a uma profusão de distúrbios não restritos à boca. Entram na conta problemas respiratórios e na garganta, como sinusite e amigdalite. Disfunções hormonais como diabetes. Doenças do aparelho digestivo, como refluxo e úlcera duodenal. E mesmo o mau funcionamento do fígado.

Na pandemia, o uso da máscara contra a Covid-19 fez mais gente sentir de forma clara o mau hálito, já que os gases expirados ficam presos e em contato com o nariz. Vale ressaltar, contudo, que a pessoa pode estar com halitose e, mesmo de máscara, não sentir nada errado, o que acontece devido à fadiga olfatória, quando o indivíduo se acostuma com o próprio cheiro.

Nada disso significa que se deve deixar a máscara de lado ou tentar esconder o bafo por meio dela. É preciso, na verdade, procurar um dentista capacitado em halitose. Ele vai examinar as queixas e os hábitos do paciente e utilizar aparelhos modernos que auxiliam a detectar e identificar os gases da boca. Tudo isso para fazer o diagnóstico correto.

Continua após a publicidade

O tratamento passa por uma orientação na higiene bucal, com creme dental específico, uso de fio dental, escova e limpador de língua para evitar o acúmulo de bactérias e restos alimentares na cavidade bucal. Passa por ajustes na rotina como a quantidade ideal de ingestão de água por dia de acordo com o peso do paciente. E envolve a remoção da saburra lingual, da placa bacteriana, do tártaro, de cáries ou cáseos amigdalianos (formações esbranquiçadas e malcheirosas na garganta).

Dependendo do caso, podemos recorrer a tecnologias como laserterapia e terapia fotodinâmica e partir para uma abordagem multidisciplinar, que contemple, além do dentista, médicos (otorrino, gastroenterologista…), psicólogo, entre outros profissionais.

E é possível prevenir a halitose? A prevenção passa por evitar aquelas causas citadas, mudança de hábitos, uma boa higiene bucal e o check-up médico e odontológico. Lembre-se: ninguém precisa conviver (e sofrer) com o mau hálito.

Continua após a publicidade

* Bruna Conde é cirurgiã-dentista, pós-graduada em periodontia, cirurgia plástica periodontal e disfunção temporomandibular. É membro da Associação Brasileira de Halitose (ABHA) e da Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.