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A saúde na era do metaverso

A chegada do 5G, os hábitos criados após o isolamento imposto pela pandemia e a explosão da tecnologia de gamificação abrem espaço para essa nova realidade

Por Guilherme S. Hummel, coordenador científico do Hospitalar Hub*
2 dez 2021, 10h27
saúde no metaverso
Realidade virtual e estendida é uma das bases para as aplicações do metaverso na saúde.  (Foto: Maxim Tolchinskiy/ Unsplash/Divulgação)
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Metaverso é o termo usado para designar “a rede de ambientes virtuais ativos em que as pessoas podem interagir umas com as outras, ou com objetos digitais, enquanto operam representações virtuais de si mesmas, os avatares”.

As aplicações na vida real ainda são raras, porém, quando se tornarem usuais, não serão um “novo petróleo”, mas um “novo urânio”. As pessoas poderão fazer no universo virtual aquilo que já fazem em seu dia a dia de corpo presente.

Isso significa que, no metaverso, será possível socializar, participar de eventos, trabalhar, fazer compras, estudar etc. E, naturalmente, será possível usar essa combinação de tecnologias para cuidar mais de si e melhorar a saúde.

Três variáveis estão abrindo espaço para as aplicações do metaverso na vida real e na saúde. Primeiro, a chegada da tecnologia 5G, com conexões e velocidade de Internet mais rápidas. Segundo, os novos hábitos de uma sociedade que precisou viver meses em clausura com a Covid-19, obrigada a trabalhar em home office e estudar a distância. Terceiro, a explosão descomunal dos recursos de gamificação, que saíram dos milhões e foram parar em bilhões de usuários na última década.

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Depois de anos de promessas, realidade virtual (RA), realidade aumentada (RA) e realidade estendida (XR) passam a ter uma “segunda chance”, visto que até agora só alcançaram ganhos expressivos no entretenimento. E é na saúde que essas ferramentas do bioma-metaverso devem se expandir.

Num momento em que o autocuidado passa a ser de fundamental importância civilizatória, os recursos da realidade médica estendida, outro nome para o metaverso, são e serão cada vez mais essenciais para a realização de procedimentos cirúrgicos, diagnósticos preditivos, reabilitação e fisioterapia, treinamento de profissionais, personalização da medicina e inovações em inúmeros campos clínicos.

Um exemplo da evolução: os óculos de realidade virtual eram pesados, grandes, confusos e de baixa resolutividade, mas a nova geração tornou esses acessórios leves, inteligentes e eficientes, passando a ser mais compatíveis com as exigências médicas.

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Em termos de funcionalidades, as ferramentas do metaverso podem se conectar remotamente a especialistas, sobrepor em holografia dados personalizados do paciente, consultar imagens 3D em videotecas, combinar casos clínicos com alta resolução ou tornar procedimentos invasivos muito mais programáveis.

É o caso da tecnologia dos “gêmeos digitais”, que permite simular riscos e evitar erros em procedimentos. No Brasil, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) já está usando aplicações de realidade estendida para planejamento pré, intra e pós-operatório.

Metaverso não é uma nova criptomoeda. Nem outra expansão da ciência de dados ou mesmo uma nova Internet. É tudo junto e sem aviso prévio. Como certa vez explicou Eric Schmidt, o ex-CEO do Google: “A Internet é a primeira coisa que a humanidade construiu e que ela não entende; é o maior experimento de anarquia que já tivemos, com todos os dias improvisando novos avanços”.

* Guilherme S. Hummel é coordenador científico do Hospitalar Hub e head mentor da EMI (eHealth Mentor Institute)

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