O alimento que é sensação no inverno virou farinha. Pelo menos nos laboratórios da Embrapa. Por lá, os pesquisadores usaram o pinhão para desenvolver um produto que, por ser isento de glúten, é boa pedida para pessoas com doença celíaca, que não toleram essa proteína.
“Como não tem sabor pronunciado, a farinha amplia o leque de aplicações em diferentes receitas”, diz Rossana Catie Bueno de Godoy, pesquisadora da Embrapa Florestas.
A semente, proveniente da araucária, árvore típica do Sul do país, é encontrada de março a agosto. Essa sazonalidade seria um desafio para o novo produto? “A farinha é estável, portanto é uma forma de termos alimentos à base de pinhão o ano todo”, responde Rossana.
“A Embrapa está aberta a parcerias para viabilizar sua produção em escala”, conta a pesquisadora.
Raio x do alimento
Além de fibras e minerais, o pinhão carrega amido resistente, carboidrato que não é digerido no trato intestinal e acaba fermentado por bactérias — colaborando para o equilíbrio da microbiota. Ainda ajuda a combater o envelhecimento precoce, uma vez que os antioxidantes da casca migram para a parte comestível durante o cozimento.
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Dicas de uso
Enquanto a farinha não chega ao mercado, a própria semente incrementa o cardápio
+ Cozido
É a forma clássica: vai para a panela de pressão apenas com água e sal. Aí é só descascar e comer.
+ Assado
O pinhão úmido é espalhado numa assadeira, salpicado com sal, e vai ao forno por 20 minutos.
+ Na farofa
Cozido e cortado em lascas, ele leva nova textura a diferentes receitas de farofa de farinha de mandioca.
+ Em doces
Triturada, a semente vira ingrediente de massas de bolo. Picadinha, incrementa o arroz-doce.