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Tomar leite diariamente pode proteger o coração, sugere estudo

Trabalho brasileiro avaliou dados de mais de 6 mil pessoas e concluiu que o hábito diminui a mortalidade por doença cardiovascular em longo prazo

Por Chloé Pinheiro
27 jun 2022, 17h58
leite e risco cardiovascular
Leite tem sido retirado de dietas, mas pode ter papel protetor no sistema cardiovascular.  (Foto: Alex Silva/SAÚDE é Vital)
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Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) notaram que o consumo de cerca de um copo de leite de vaca por dia pode reduzir o risco de mortes por doenças cardiovasculares. 

O trabalho usou dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA Brasil), investigação que acompanha 15 mil brasileiros de todo país, com questionários e exames periódicos. Isso permite uma visão de longo prazo sobre a prevalência de doenças e os hábitos de vida que influenciam o funcionamento do corpo. 

Nesse recorte específico, foram incluídos 6,6 mil participantes que não tinham doenças cardíacas no início da coleta de dados. O consumo da categoria foi avaliado por meio de questionário, e classificado em grupos distintos: laticínios totais (leite e seus derivados, do queijo ao sorvete), subgrupos com alto e baixo teor de gordura e somente leite. 

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Os pesquisadores então avaliaram o estado de saúde dessas pessoas, em um período de 8 anos, com foco em óbitos por doenças cardiovasculares. No fim das contas, a turma que ingeria laticínios no geral – e especialmente leite – tinha um menor risco de morrer por panes no coração.

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No grupo do leite, o perigo foi 66% menor em quem tomava quantidades superiores a 260 ml (para homens) e 312 ml (para mulheres). É o equivalente a mais ou menos um copo por dia

Como se trata de um estudo observacional, o trabalho não estabelece relação de causa e efeito. Mas os pesquisadores descartaram alguns fatores que poderiam influenciar os resultados, como idade, prática de atividade física, tabagismo e ingestão diária de vegetais. 

O trabalho foi publicado no periódico científico European Journal of Nutrition e reconhecido em uma premiação da American Heart Association. Isso porque reflete com dados o que já vinha sendo apontado por outras pesquisas: o consumo adequado de laticínios pode trazer mais benefícios do que riscos à saúde. 

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+ Leia também: Leite integral: não precisa fugir dele nem de seus derivados

As gorduras saturadas do leite 

Apesar de serem fonte de cálcio e proteínas de alto valor biológico, leite e derivados passaram por um período de ostracismo por causa da gordura saturada, que também está presente na categoria. 

Mais ligado aos entupimentos em vasos e artérias e ao ganho de peso, esse nutriente deve ser limitado a cerca de 10% das calorias totais do dia. 

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Comer com equilíbrio, contudo, é diferente de excluir totalmente a categoria do cardápio — o que tem sido feito erroneamente por alguns profissionais de saúde e pessoas, seja com foco em emagrecimento, seja por uma suposta intolerância à lactose que não chega a ser de fato investigada.  

O problema mesmo, reforçam os especialistas, está no consumo de gordura saturada em excesso, em especial a dos alimentos ultraprocessados. O estudo da UFMG também avaliou essa relação, e concluiu que a classe eleva o risco de morte por doenças crônicas — esses dados ainda não foram publicados. 

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em posicionamento do ano passado, não recomenda restringir os lácteos, e ressalta inclusive que há estudos relacionando laticínios com baixo teor de gordura a um risco menor de diabetes tipo 2. Os produtos com menor concentração de gordura saturada são os desnatados ou parcialmente desnatados. 

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Por fim, os autores do trabalho mineiro concluem que seus dados reforçam a importância de preferir produtos in natura ou minimamente processados. Eles destacam ainda que o consumo de laticínios entre os brasileiros é baixo em comparação com outros países, embora o país seja um grande produtor do alimento. 

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