Um grande problema de saúde pública é a chamada “fome oculta”, uma deficiência silenciosa de micronutrientes como vitaminas e minerais que atinge uma em cada quatro pessoas no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, regiões como o Vale do Ribeira, no interior paulista, fazem parte desse contingente pela carência de vitamina A.
Foi pensando numa solução para esse déficit que pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) modificaram geneticamente a batata-doce, fortificando o legume com precursores de vitamina A.
“Muita gente subestima a deficiência nutricional, mas ela é perigosa principalmente para crianças”, afirma Pablo Vargas, coordenador do projeto, que já está distribuindo mudas entre a comunidade.
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Desvendando a vitamina A
Micronutriente é crítico para o organismo
Essencial
Substância proveniente dos alimentos, o corpo não a produz. Por isso é preciso estar regularmente na dieta.
Antioxidante
Muito importante por fortalecer o sistema imunológico, ajuda na renovação celular e na prevenção de doenças.
Fontes animais
Encontrada em vísceras (moela e fígado), ovos, leite, queijos, óleo de fígado de bacalhau e outros.
Fontes vegetais
Está nos de cor verde e alaranjada, como cenoura, espinafre, manga, acelga, pimentão, brócolis etc.
Saúde ocular
Sua deficiência causa ressecamento no olho, dificuldade para enxergar no escuro e até cegueira noturna.
Apoio na infância
Carência entre crianças está relacionada a problemas de crescimento e desenvolvimento.
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O que é a biofortificação?
Esse melhoramento pode ser feito de duas formas distintas
Genética
Cruza diferentes variedades que apresentam maiores concentrações de nutrientes, originando uma muda melhor, que pode ser reproduzida. Mais simples e de fácil cultivo.
Agronômica
Usa técnicas e estratégias de adubação: enriquece o solo com os nutrientes que se quer acrescentar e a própria planta absorve naturalmente. Mas é preciso cultivo e manejo correto.